Alergia a Amendoim x Alergia a Nuts

Oi gente, tudo bem com vocês?

Hoje quero falar sobre um tema bem importante e que pouco é divulgado. Aliás, muitos médicos não conseguem compreender a diferença e acabam retirando alimentos desnecessariamente da alimentação de crianças e/ou adultos alérgicos.

Todo mundo já sabe que a alergia é uma reação exagerada do organismo ao entrar em contato com a proteína do alimento, certo?

A alergia a amendoim e a alergia a oleaginosas (nuts) são bastante comuns em crianças, mas os estudos indicam que cerca de 22% delas acabam tolerando, tanto um como o outro, até os 4 anos de idade. E os demais persistem por toda vida.

Muitas vezes, pelo alto risco de anafilaxia em pacientes alérgicos a amendoim, os médicos acabam solicitando que se retirem também os nuts da alimentação.

Mas, o que eu quero destacar aqui é que amendoim e nuts são alimentos de famílias diferentes.

O amendoim é da família das leguminosas, ou seja, dos grãos que são produzidos em vagens e, com base nessa informação, os estudos mais recentes indicam que até 50% das crianças com alergia ao amendoim, podem também se sensibiliar com a ervilha, lentilha, feijão, grão de bico e soja. Todos estes alimentos compõem a classe das leguminosas e, portanto, possuem a conformação da proteína semelhante. É possível que o indivíduo seja sucetível a apresentar reações também com o consumo de gergelim.

Já as castanhas, nozes, avelãs, macadâmia e amêndoas (nuts) compõem a família das oleaginosas e recebem esse nome pela alta concentração de gordura que possuem, são produzidas normalmente com cascas rígidas e as sementes são consumíveis.

Tanto o amendoim, quanto as oleaginosas são ricas fontes de proteína vegetal, mas são proteínas diferentes, por isso, quando o indivíduo apresenta reação a uma delas, não necessariamente precisará excluir a outra.

E como saber se eu preciso excluir as oleaginosas, tendo alergia ao amendoim? Bem, você precisa ouvir o seu corpo, saber reconhecer os sinais. Se algo não ficou legal, exclua.

Mas, lembre-se: primeiramente, exclua alimentos da mesma família, eles podem ser os reais vilões dos sintomas que você apresenta.

Este texto tem caráter meramente informativo, sempre consulte o seu médico.

E aí? Gostaram da informação? Vocês já sabiam disso? Algum alérgico também retirou nuts da alimentação? ou vice versa? Compartilha sua experiência com a gente, outras pessoas podem estar precisando dessa informação.

Referências:

Peters RL, Allen KJ, Dharmage SC, Koplin JJ, Dang T, Tilbrook KP, et al. Natural history of peanut allergy and predictors of resolution in the first 4 years of life: a population-based assessment. J Allergy Clin Immunol. 2015;135:1257-66.

Medeiros LCS, Speridião PGL, Sdepanian VL, Fagundes-Neto U, Morais MB. Ingestão de nutrientes e estado nutricional de crianças em dieta isenta de leite de vaca e derivados. J Pediatr (Rio J). 2004;80:363-70.

Sampson HA. Food Allergy Part 1: Immunopathogenesis and clinical disorders. J Allergy Clin Immunol. 1999;103:717-28.

Carvalho E, Ferreira CT. Alergia Alimentar.In: Carvalho E, Silva LR, Ferreira CT, editores. Gastroenterologia e nutrição em pediatria. Barueri,SP: Manole;2012.p267-314.

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