Alergia a proteína do leite x intolerância a lactose

Você conhece alguém que tenha “alergia a lactose”? Ou então “intolerância ao leite”?

Estes são dois termos muito utilizados, mas incorretos e hoje vamos falar sobre isso.

A intolerância a lactose (IL) e a alergia a proteína do leite (APLV) são duas condições que podem ser temporárias ou não, mas com mecanismos diferentes.

A APLV tem resposta no sistema imunológico, trata-se de uma reação exagerada deste quando entra em contato com uma ou mais das proteína do leite (caseína, b-lactoglobulina e a a-lactoalbumina). Neste caso, as reações podem ocorrer a nível de pele, gastrointestinais e respiratórias.

Já a IL é a dificuldade ou ausência de produção da enzima lactase, que quebra o AÇÚCAR do leite em glicose e galactose, facilitando a digestão pelo intestino. Quando a quantidade produzida ou a ausência de produção ocorrem, o indivíduo tende a ter sintomas gastroinstestinais, especialmente diarreias e estufamentos.

Como saber o que eu tenho?

Bem, é simples, mas pode não ser. E eu explico:

A Intolerância à Lactose é diagnosticada por um exame de curva glicêmica, você coleta o sangue, ingere uma garrafinha de lactose (este é o exame padrão, mas já existem mais modernos com o de hidrogênio expirado), aí mede-se glicemia, em intervalos de 30 em 30 minutos.

→ Se a absorção da lactose estiver normal, a glicemia deve aumentar em 20mg/dl ou mais, em pelo menos um dos intervalos – havendo aumento da glicemia, está configurada a ABSORÇÃO da lactose, logo, ausência de intolerância.

→ Se houver intolerância a lactose, a diferença da glicemia nos intervalos deve ser inferior a 20mg/dl, sendo que muitas vezes pode cair a glicemia, não tendo qualquer aumento. Desta forma, considera-se o paciente Intolerante à Lactose.

É importante dizer que os pacientes podem, e a maioria apresenta, sintomas durante a realização do exame.

Já no que diz respeito à APLV, o resultado pode ou não aparecer nos exames. Se for alergia mediada por IGE, irá aparecer. Porém, se for do tipo não mediada, apenas o Teste de Provocação Oral (TPO) poderá fechar o diagnóstico.

E como fazer o tratamento?

Para intolerância a lactose, existem algumas enzimas que podem ajudar no processo de digestão, que devem ser utilizadas conforme orientação médica e do fabricante. Vale destacar que alguns intolerantes a lactose podem não conseguir ingerir leite e/ou derivados mesmo com a enzima, neste caso, orienta-se a exclusão total do leite.

Já na APLV, em um primeiro momento retira-se todo o leite da dieta. Não havendo melhora, precisa retirar também os traços de leite, sejam industriais ou domésticos.

Se houver melhora sem a retirada, significa que não há reação a traços, podendo continuar sem este cuidado especial. Porém, se houver melhora apenas com a retirada, esta é fundamental.

É possível reintroduzir o leite e derivados na dieta?

Outro ponto importante, na APLV depois de algum tempo, pode-se fazer o TPO (sempre com orientação médica) para verificar a possibilidade de ingestão de leites e derivados (no blog, temos um post apenas falando sobre TPO).

Na intolerância a lactose, se ela for do tipo primária (sem outra causa que não a ausência ou dificuldade de produção da lactase), dificilmente o indivíduo poderá voltar a introduzi-la na dieta (se for IL que aceita bem a enzima, consegue continuar a consumir produtos zero lactose). Se for a intolerância secundária (causada por uma outra doença, por exemplo, a celíaca), a depender das condições que a causam, pode ser possível reintroduzir.

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